Dizem que o tempo é o melhor remédio. As lembranças vão se tornando embaçadas. Os momentos fortes envolvidos de alegrias, amores, prazeres, dores e de angústias são os que se mantêm mais vivos. Os do cotidiano da vida, alguns se salvam ancorados no reviver de palavras, um gesto, uma expressão facial, de um olhar ou no simples observar do momento, que como tatuagem ficaram impressos na nossa memória. Essas lembranças marejam os olhos. Tratamos de levá-las para um dos escaninhos da memória e fechamos a porta, para que não saiam ao seu bel-prazer. São como ondas que quebram na praia e revolvem fatos e depois, lentamente, retornam para o grande mar. As perguntas que nos assaltam, do como ocorreu e o que poderíamos ter realizado, se escondem entre as lembranças no mesmo escaninho. Essas perguntas e lembranças são como as águas de um rio que passam e que o tempo, senhor da vida, as carregam no seu cotidiano rolar, mas que deixam marcas na pele dos que nelas se molharam.
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