A estrada de terra margeia a represa.
O sol que amanhece refulge na água como um espelho, que só não é liso, pois há o vento fresco da manhã que ondeia levemente a superfície.
Ao fundo montanhas dão os limites do horizonte, alquebradas de altos e baixos
de morrotes e picos.
O verde claro dos morros e das campinas contrastam com o verde mais escuro das
matas, dos eucaliptais e do sombreado das nuvens.
O empoeirado da estrada, ao passar esporádico de veículos, se espalha pela vegetação
próxima e adentra em nossas narinas e forma um nevoeiro de pó.
Pássaros, principiam o seu cantar e revoar, dando salpicos de cores ao verde
constante e quebrando o silêncio com o alvoroço de suas presenças. São
tico-ticos do mato, trinca-ferros, suindaras e outros mais.
Ouve -se ao longe uma mistura de mugidos e relinchos, um ladrar ou outro, assim
como o cantar atrasado de galos, dando fundo a melodia da passarada.
Em uma das curvas encontra-se uma pintura digna de ser emoldurada. A amplitude
da represa, cercada pelo verde das encostas e pastos pontilhados de ipês-rosas
e amarelos com sobrevoos de pássaros.
O silêncio impera, só rompido pelos sons da natureza.
Neste
momento, sentimos a presença de algo maior, que define a beleza e o equilíbrio
do que vivemos e o quanto da nossa pequenez.