3/03/22

A ESTRADA

 



A estrada de terra margeia a represa. 

O sol que amanhece refulge na água como um espelho, que só não é liso, pois há o vento fresco da manhã que ondeia levemente a superfície.

Ao fundo montanhas dão os limites do horizonte, alquebradas de altos e baixos de morrotes e picos.

O verde claro dos morros e das campinas contrastam com o verde mais escuro das matas, dos eucaliptais e do sombreado das nuvens.

O empoeirado da estrada, ao passar esporádico de veículos, se espalha pela vegetação próxima e adentra em nossas narinas e forma um nevoeiro de pó.

Pássaros, principiam o seu cantar e revoar, dando salpicos de cores ao verde constante e quebrando o silêncio com o alvoroço de suas presenças. São tico-ticos do mato, trinca-ferros, suindaras e outros mais.

Ouve -se ao longe uma mistura de mugidos e relinchos, um ladrar ou outro, assim como o cantar atrasado de galos, dando fundo a melodia da passarada.

Em uma das curvas encontra-se uma pintura digna de ser emoldurada. A amplitude da represa, cercada pelo verde das encostas e pastos pontilhados de ipês-rosas e amarelos com sobrevoos de pássaros.

O silêncio impera, só rompido pelos sons da natureza. 

Neste momento, sentimos a presença de algo maior, que define a beleza e o equilíbrio do que vivemos e o quanto da nossa pequenez.

 

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