Celso,
para de beijar Dalva, sua esposa, e diz:
- Assim não dá
mais!
Já eram
dez da noite, haviam colocado os garotos na cama, foram para o quarto e
fecharam a porta. Era o momento só deles, tão esperado durante o dia. À luz do
abajur, principiaram os beijos, ele adorava seus lábios, levemente carnudos e
úmidos e ela gostava do roçar do bigode. Suas mãos foram correndo pelo corpo de
Dalva, enquanto os beijos se estendiam pelo pescoço, orelha e desciam aos seios. Os dois estavam na plenitude do desejo.
Nesse
momento, Sandro, seu filho de 5 anos, começa a chamar
do quarto, querendo que o pai ou a mãe vá até lá. Seus gritos acordam Waltinho,
o irmão de 3 anos, que assustando começa a chorar. O clima se desfaz, Celso vai
até o quarto dos meninos e se vê obrigado a acalmá-los e permanecer um tempo
com os dois, até que retomem o sono.
Dalva,
tivera um dia extenuante, cuidando dos meninos, que possuíam uma vitalidade
impressionante. Só, quando eles vão à escola, à tarde, tem um momento para
cuidar da casa, das roupas, supermercado e de si. Os pais, dela e dele, vivem
em outro estado, não pode contar com eles. A faxineira, vai duas vezes por
semana, não tem como olhá-los, é muita bagunça para arrumar, apesar dela ajudar. Vários dos momentos, que tentaram ter só para os dois, não ocorreram,
ou pelos meninos, ou pelo cansaço deles, físico e muitas vezes mental. Com
esses pensamentos na cabeça, vira de lado e levada pelo cansaço, acaba
dormindo.
Celso,
quando retorna ao quarto, encontra Dalva prostrada, a cobre e a beija no rosto
e pensa:
- Preciso
encontrar uma forma de fazer sexo fora de casa. Não aguento mais. Há um ano,
nosso relacionamento tem sido assim. Dalva vive tensa, extenuada. Os meninos
não param. Preciso ter sexo, se não vou endoidar.
Com essa
ideia na cabeça, conversa com Ariosvaldo, seu colega de empresa, que por várias
vezes, havia oferecido um pequeno apartamento, que chama de reduto do prazer,
utilizado para seus encontros amorosos. Gosta da ideia, pois, não se sente
muito à vontade de ir a um motel. Ariosvaldo há tempo tem desejo de alugar para
fazer dinheiro.
Resolveu,
conhecer o imóvel, que por sinal, fica bem localizado, não estando longe do
trabalho. A rua é extremamente calma, sombreada por antigas árvores, sem
trânsito e possui, próxima, na esquina, um estacionamento. É um prédio antigo e
familiar com cinco andares.
O
apartamento possui uma sala, quarto, cozinha, uma pequena lavanderia, banheiro,
aliás por ser antigo, com banheira. Aconchegante, possuindo um mobiliário
sóbrio. A cama é larga, um pequeno aparelho de som, próximo, e na sala um
confortável sofá e TV. Roupas de cama e toalhas, pois, uma mulher a cada quinze
dias passa por lá e deixa tudo em ordem. Na cozinha, uma geladeira, um pequeno
fogão e micro-ondas.
Ariosvaldo
lhe deu duas chaves, uma para ele e a outra a ser entregue a outra pessoa, se
necessário. Perfeito! Não poderia ser mais adequado e seguro para usufruir do
sexo fora de casa, pensou. Será, também, seu reduto do prazer.
Engrenou
o primeiro encontro. Tratou de ter na geladeira água, vinho, champanhe, queijo
e outros petiscos. Imaginou a maravilha de estarem na banheira saboreando os corpos,
as bebidas e os petiscos.
Ficou
acertado uma terça-feira às 14,30 h. Tempo de almoçar cedo, liberar-se do trabalho do dia, e
sair para uma possível visita a cliente, não chamando a atenção, e estar livre
até as 17,00
h. Ficou
com uma chave e cedeu a outra.
No dia, abriu
a porta, o apartamento estava na penumbra, com as persianas abaixadas, deixando
entrar uma réstia de luz pelas frestas, com um pequeno aroma de perfume no ar e
uma música romântica no aparelho do quarto, em um leve sussurrar. Ventiladores
silenciosos refrescavam o ambiente.
Lá estava
ela na cama. Vestia um leve pijama, que permitia a visão lateral dos seios e a
marcante presença dos mamilos. O pequeno calção possuía uma razoável abertura
lateral, no mesmo tecido, sem nada por baixo, transparecendo o aveludado do
púbis.
Ela se
levantou com uma taça de vinho branco gelado na mão. Bebeu um pequeno gole e
transferiu o líquido para sua boca, num beijo quente e refrescante. Lentamente
foi retirando sua roupa. A camisa jogou no chão, enquanto corria seus lábios
pelo pescoço, mamilos, retendo-os em um pequenos tufo de cabelos do peito.
Desabotoou a calça, que escorreu pelas pernas, o fez sentar na cama, tirou os
sapatos e as meias, sentou em seu colo sentido o desejo ressaltado por debaixo
da cueca. Deitaram na cama e usufruíram de seus corpos, através dos toques, dos
beijos, da língua e do suave saborear.
Passaram
a se encontrar todas as terças e quintas-feiras. Era um esperar ansioso. O
reduto do prazer, que possuía um ambiente calmo, transformava-se, às vezes, em
agitado, em outras, em lento usufruir do sexo, onde prazeres novos eram descobertos.
O depois, se estendia em descontraídas e agradáveis conversas, entre bebidinhas
e comidinhas, até o momento em que os desejos retornavam, na ânsia de serem
usufruídos, antes do tempo do encontro se esgotar.
Nunca
tivera momentos como aqueles. Pensou em voz alta:
- Encontrar um
lugar e um tempo, para amar, conversar, curtir e fazer sexo descontraído, fora
de casa, foi uma ideia maravilhosa, não te parece?
- A melhor que tivemos – responde Dalva – não esquece que hoje é a quinta que os garotos sairão mais tarde. Você os busca na escola? Vou preparar uma janta deliciosa para nós.
aomoad
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