11/05/15

Meninos




Surgindo entre os coqueiros, a lua alva que de prata tudo banhava, branqueou a imagem saída das sombras.
A fria areia revolveu-se em leve torvelinho e a meus pés se postou. Batendo em meu corpo, calafrios gerava que corriam e se concentravam em meu estômago.
Eu menino, novo no amor pendia minhas mãos sem destino.
O bater do meu coração mais alto era que o murmurejar das águas.
Estremeci, quando, a leve seda de dedos me tocou e despertei da ansiedade com o sorriso que tomou meus olhos.
Abracei seu corpo e, na maciez da pele, depositei minhas mãos perdidas.
Seus lábios, envolvendo uma língua morna, calaram as poucas palavras que temiam sair.
Um sentimento que não conhecia correu meu corpo e, como um ímã, me atraia.
Seus braços me aprisionavam e sua perna adentrava as minhas. Nossas bocas em uma se tornavam.
As mãos corriam pela minha nuca, meu peito, meu sexo. Sua língua despertava desejos dispersos, que sequer imaginava existirem.
O prazer se agigantou em mim.
Minhas mãos, querendo novos contatos, se embrenharam em suas roupas.
Toquei intimidades desconhecidas.
O arfar do seu peito, o torvelinho dos cabelos, a quentura da boca, a maciez das mãos e do corpo, como química, borbulharam em meu ser.
Um redemoinho de desejo me dominou.
Incontroladamente, como um raio, meus prazeres e meu corpo se soltaram.
Meio tonto, bobo e solto ouvi seu riso.
Senti seu beijo em minha face e distanciando-se rindo, ouvi suas palavras, em doce maciez:
- Meninos!



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