3/17/21

Deusa de Ébano

 



A sensualidade da raça é um dom” – Música” Meu Ébano” - Alcione

 

Saiu do banho, com sua negritude contrastando com a toalha branca enrolada no cabelo e no corpo.
O negro dos seus mamilos destaca-se, assim como, o torvelinho do púbis.

Seu corpo excita meus olhos e meus desejos.
O sorriso se abre amplo como o sol, que adentra pela janela.
Coloca um vestido amarelo que orna com a tonalidade da pele, preso ao pescoço, com suas costas livres, como colinas de um campo por mim inúmeras vezes trilhado.
Tira a toalha e arruma o cabelo em uma coroa afro.
Um batom rosa, leve maquiagem no rosto. Um brinco em argola fazendo par ao vestido. Uma sandália fazendo conjunto.

Minha Deusa de Ébano. Ela é toda sabor de pecado.

Vamos ao samba onde é uma das rainhas, admirada por sua beleza, alegria e uma constante simpatia.
Tem a dança no corpo, pois mal para, sempre com a letra das músicas nos lábios.
O seu sambar é a exaltação a beleza da mulher brasileira. Tem no requebrar das cadeiras a malemolência das nossas mulheres com sua faceirice e sensualidade.
Faz da roda de samba seu palco.
Reina com sua graciosidade e como abelha rainha atraia a todos em volta de si.
Sem ela, dizem, o samba perde parte da beleza.
São tardes maravilhosas. Cerveja, aperitivos, petiscos, abraços suados e beijos.
A roda de conversa com os amigos, a criançada chamando-a para as brincadeiras, onde ela se torna uma moleca.
Por sua graça, somos presença obrigatória nas festas. Dizem que ela é o tempero.
Ao final do dia, o melhor é a volta para casa.

A Deusa despe-se de sua majestade e após um banho, semi úmida, deita lânguida ao meu lado.
Hora de saborear os momentos do dia com comentários e risos, misturados de beijos e sabores do corpo.
Essa Deusa me toma como criança em seu colo e com os ardis do amor me transforma em homem. Nesse momento somos somente seu nego e minha nega, negritudes fundidas em uma só cor, enquanto lá fora, as estrelas e a lua agasalham nossa noite.



medam

Nenhum comentário:

Postar um comentário