10/27/10

Os Namorados



 
Na fila do cinema, dois jovens, com menos de 16 anos. Ele magro, alto, um gorro na cabeça, permitindo escorrer pelas laterais um cabelo negro liso e cumprido, cobrindo um olho e chegando a altura do nariz. Na parte de trás um pedaço era loiro. Tênis desbotado. Piercing no nariz e abaixo do lábio inferior.
Um jeans para baixo da cintura, uma blusa bem solta, parecendo um número maior, correntes prateadas no pescoço.
Ela, cabelo puxando ao vinho, saia bem curta e uma meia para cima do joelho chegando no meio da coxa. Camisa listrada e uma blusa justa. Os sapatos com uma plataforma alta e larga, dando-lhe altura. Também com um piercing no nariz.
Pareciam personagens saídos de um mangá.
Eram estranhos, mas, representavam o que há de mais antigo na humanidade, dois seres se amando, namorando.
Os beijos delicados, os sussurros no ouvido, os sorrisos leves como que guardando segredos só dos dois. O tocar das mãos, o encontro dos corpos, o acariciar do rosto, o olhar nos olhos.
Quantas pessoas, quantas vezes, viveram os mesmos gestos, os mesmos sentimentos.
O mundo muda, as gerações vão e vem, mas o amor e suas formas são sempre os mesmos.

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