10/25/11

Cadê a Felicidade ?




De repente ela se vai.
É como chegar em casa e a encontrar vazia. 
Não há mais cortinas, mobílias, vasos com flores, tapetes. Só o vazio com seu som e a luz mortiça entrando pela janela.
Parece foto em branco e preto desfocada.
Você se sente como um desses sujeitos que seguram uma placa, em uma das esquinas da vida, com uma seta indicando o prédio à venda mais a frente . Na placa diz: felicidade, adiante.
Ai, você percebe que a felicidade sentou em tua mesa, em um momento da  festa. Ela te fez soltar risos, lágrimas de alegria, te fez sentir as cores dos momentos, das pessoas. Segurou tua mão, dançou, rodopiou pelo salão e você levitou. Havia alegria nos pequenos sorrisos, no estar junto, no prazer do beber e comer, no simples deitar à sombra de uma árvore.
Mas,  de repente, ela se foi e sem dizer adeus.
Ficou você, no meio da rua, segurando uma guia estendida sem cachorro na ponta da coleira.  Fazendo sinal para os ônibus, esperando que em um deles o cartaz indique o destino: Felicidade.
Sob a garoa fina de um dia cinzento, mas cheio de sol, lá vai você, não conseguindo escutar o som da vida no meio do mudo ruído da tristeza.
E o desfocado da vida permanecerá, até que consiga, em algum momento,  trocar os óculos.




9/14/11

Tô Gostando de Ser Vô

 
Outro dia, no cruzamento, quase comprei um daqueles fantoches de mão. Imaginei meu neto rindo com as brincadeiras. Também, fiquei tentado de comprar um caminhãozinho, em que daria pra ele sentar enquanto eu puxaria.
Vê-lo andar no parque com seu jeans, dobrado na barra da calça. Camisa xadrez, cinto e sapato de hominho. Correr, enquanto babacamente vou atrás fotografando.
Risos e alegrias. Um encantar com os novos gestos, palavras e micagens.
Mas, há um problema - a droga é que ele não tem nem um mês.
Não vejo a hora que cresça e eu possa ser mais um vô babão, como todos os que conheço.


8/04/11

Amargura




Ele entrou em minha sala. Era um homem curvado, acabado. Quando se sentou à minha frente, me fez lembrar da propaganda de um banco, em que o cliente ia desaparecendo na cadeira em frente ao gerente.
Seu rosto estava marcando pela preocupação e pela desesperança.
Tinha roupas simples, mas bem arrumadas. Via-se que viera do trabalho.
- Doutor Delegado, meu filho esta em sua delegacia. Foi preso por estar consumindo droga. Vim verificar o que pode ser feito. Eu e minha mulher temos cuidado dele. Já o coloquei várias vezes em clínicas de tratamento. É um bom rapaz. Seu nome é ........
Naquele momento, a imagem daquele homem lembrou a de meu pai. Ele tinha um olhar inseguro, derrotado. Eu já vira algo igual no passado.
Meu pai trabalhara por trinta anos em uma grande empresa. Comprara nossa casa e vários imóveis com seu salário, horas extras e as inúmeras férias que vendera durante a vida.  Educara a mim e ao meu irmão.
Eu terminara o colegial e me preparava para o vestibular. Meu irmão acabara de entrar em uma escola técnica.
Eu trabalhava meio dia em um escritório de contabilidade de um conhecido e a tarde fazia cursinho, pois, tencionava entrar em uma faculdade de direito.
Meu pai, havia se aposentado há menos de um ano. Era muito amigo do Sr. Martins, um velho português, dono de um pequeno armazém em nosso bairro. Passava horas com ele em seu estabelecimento. De vez em quando almoçavam com as famílias. Um na casa do outro.
Sr. Martins só tinha a esposa. Seu grande sonho era retornar para Portugal.
Um dia meu pai chegou com a grande ideia, que já havia discutido com minha mãe:
- Filhos, vou comprar o negócio do Sr. Martins. Tenho acompanhado seu dia a dia. O negócio é bom e ele tenciona vender, pois, definitivamente, decidiu voltar para Portugal.
Terei que pagar a vista. O preço é bom. Para tanto, terei que vender os imóveis que possuo, naturalmente, fora esta casa.
Explicou em detalhes as possibilidades da atividade, o custo e os ganhos possíveis de serem obtidos. A segurança que tinha, pois, o Sr. Martins era seu amigo e estava passando todas as informações. Concordamos e ficamos felizes e na expectativa.
As vendas dos imóveis foram feitas e o dinheiro aplicado no overnight , pois, naquela época, março de 1990, a inflação era avassaladora, em torno de 30% ao mês. Era o final do governo Sarney, quando a inflação chegou a 80 % no último mês de (des) governo.
Meu pai iria assinar os papeis nos próximos dias. No dia 15 de março assumiu o Presidente Fernando Collor. No dia 16 de março foi publicado o famigerado Plano Collor, onde 80 % do dinheiro que estava nas contas bancárias e no overnight foram retidos por 18 meses.
No primeiro momento uma estupefação. Não sabíamos o que fazer e nem o Sr. Martins. De imediato o seu movimento caiu significativamente.
Depois a dura realidade foi se mostrando. O dinheiro da venda dos imóveis foi perdendo seu valor.  O negócio do Sr. Martins principiou a se mostrar interessante pois, fazia dinheiro diariamente.  As pessoas compravam pouco, mas, comprava e pagavam a vista.
O plano de meu pai foi se desfazendo como um castelo de areia. Apesar da grande amizade, o Sr. Martins, depois, de um ano encontrou um comprador que lhe pagou, à vista, um pouco a menos do que desejava e se mudou para Portugal. 
- O Brasil não é um país para se viver até o final dos dias. O governo não é confiável. Vou viver modestamente, mas tranqüilo em Portugal. – disse o Sr. Martins.
Eu tive que largar o cursinho e trabalhar o dia inteiro. Meu irmão parou o colegial, até conseguir uma escola pública. Só depois de três anos é que consegui continuar com meu plano de entrar na faculdade.
Meu pai foi se apagando. Aquele homem, alto e seguro de si foi esmorecendo. Despendia o dia na frente da televisão, olhando mas não enxergando o que passava. Meu pai acabou morrendo de amargura.
Muitos perderam as economias, a vida e a saúde por uma aventura irresponsável de um governo, que mostrou pouco tempo depois, que não serviria para nada.
A figura daquele senhor na delegacia era igual a do meu pai.  O porte e olhar de um derrotado, totalmente inseguro e sem perspectiva.
Sou delegado há alguns anos. Tenho vivido situações duras, trágicas e horríveis. Sou como um médico, que endurece seu coração, senão não suporta a morte de seus pacientes.
Entretanto, naquele momento, com a imagem do meu pai na minha mente e refletida no rosto daquele homem, percebi que uma lágrima principiou a rolar dos meus olhos.

8/01/11

Pensamentos e Frases Idiotas 21


Dizem que a forte demanda interna tem sustentando uma boa parte do nosso crescimento. Imaginem se reduzissem os impostos e diminuíssem os preços, em quanto mais não aumentaria ? Só que o perdulário do governo, por um bom tempo, teria que reduzir seus gastos.
Toda vez que lembro da estória do Lobo Mau, lembro do Ministro Lobão. Por que será ? E quem será o Chapeuzinho Vermelho ?
O PSD, partido que está sendo formado pelo Prefeito “Kemsab”, de São Paulo, não é de direita, nem de esquerda e nem de centro. Descobriu-se que é um Partido GHOST. Tem uma série de mortos na lista de assinaturas de apoio para sua constituição.
Já que não dá para diminuir os acidentes de transito em São Paulo através de medidas de engenharia e melhoria viária, vamos parar o transito. A velocidade nas principais vias, que já foram de 80 km/h, caiu para 70 km/h e agora para 60 km/h. Cada vez mais devagar, como a Prefeitura da cidade.

7/26/11

A Filha de Um Amigo

Encontrei o velho Chicão. Amigo avançado na idade e cheio de filosofia. Estava acabrunhado, aborrecido.
- Chicão, que aconteceu para você ficar com essa cara ?
- Amigo, ontem encontrei a filha de um amigo. Menina que brincava com minha filha de boneca.  Ela se tornou um mulherão: rosto lindo, maravilhoso, cabelo cumprido, pretos e sedosos, corpo escultural em uma roupa agarrada, provocante. Sapatos salto alto, daqueles bem altos.
Uma mulher daquelas, que povoa o sonho erótico de muitos homens.
- E daí ?
- Ai eu fiquei triste. Muito triste.
- Mas, por quê?
- Fiquei triste, porque não sei se estou ficando um velhinho pornográfico ou se porque essas coisas estão ficando cada vez mais distante.
- É Chicão, deve ser as duas coisas.

7/19/11

Amar o Mar...


Misturados à areia, nossos corpos, como conchas, se incrustam um no outro.  Em nossas bocas o salgado do mar e nos sexos a ardência de águas marinhas.
Como náufrago, me emaranho em teus cabelos, como se fossem algas, e me salvo agarrado as tuas formas prateadas de luar. No verde marinho dos teus olhos me acalmo e no doce balançar do amor me abandono.
Sinto-me desbravando destinos, motivado por tuas palavras e gemidos. Sussurro em teu ouvido que te amo e teu riso de alegria se mistura ao marulhar das ondas.
Não sei se são tuas mãos ou as espumas que acariciam meus desejos. As estrelas piscam em conluio e a lua nos sorri com sua boca escancarada.
O vento arrastando as palavras do mar no seu conversar com a terra, indo e vindo, nos diz: amar, o mar, amar, o mar, amar... As palmeiras, aprovando esse murmurar, acenam a sua concordância.
Fecho os olhos e te aperto mais e mais junto ao peito e me sinto dono da imensidão. Sou rocha em terra firme.
O mar continua no seu beijar a terra e o vento a trazer a cantiga dessa união: amar, o mar, amar, o mar, amar ....

7/15/11

Pensamentos e Frases Idiotas 20


Poema de Olavo Bilac adaptado:
Criança! Não verás nenhum país como este! Olha que céu! que mar! que rios! que floresta! que políticos desonestos!......

Se Deus é por nós. Nós também somos.
A mudança no Ministério dos Transportes é daquelas em que se troca a merda mas, as moscas são as mesmas.
O projeto e a avaliação de viabilidade do trem bala estão andando ao ritmo do governo. Em passo de tartaruga.

7/12/11

Fatos Antigos em Tempos Modernos

Estava eu em um Pronto Socorro para ser atendido, quando chegou um senhor acompanhado de uma jovem.
Ele deveria ter pouco mais de cinqüenta anos e ela cerca de vinte e cinco.
Ela estava de shortinho, camiseta e tênis. Havia caído da bicicleta e ralado a perna direita, que sangrava.
O senhor entrou agitado. Gritando que ela precisava de um rápido atendimento..
A atendente observou ser nada urgente e solicitou para aguardarem um pouco. Já  seriam chamados.
Ele pavoneava em torno dela. Falava como se falasse a uma adolescente. E ela respondia como tal, como querendo se mostrar indefesa e que ele era o seu protetor.
Dois minutos de espera e ele principiou a reclamar em alto e bom tom, novamente.
Fui chamado, entrei para ser atendido.
Após conversar com o médico, fui colocado em uma poltrona e passei a receber soro.
Os dois entraram, logo após. Ela foi colocada em uma cama próxima para um enfermeiro fazer os curativos.
O celular tocou e ele atendeu:
- Oi amor. Estou em reunião. Creio que em uma hora, no máximo, em hora e meia termino. Quando eu sair te ligo. Beijos.
A jovem choramingou:
-Você vai ficar com aquela bruxa e eu vou ficar machucada, sozinha.
-Meu amor você sabe que eu não posso ficar contigo a noite toda.  Mas, eu não vou te largar até estar tudo bem e te deixar em casa.
Aquela cena me lembrou personagens antigos, mas em tempos modernos.
As enfermeiras, falavam sorrateiramente, uma para as outras:
-Que pouca vergonha.
Os enfermeiros riam.  Os médicos, por alguns terem aproximadamente a idade do senhor e quem sabe, também terem a suas protegidas, sorriam complacentemente.
Eles se foram. Pensei comigo. Antigamente comentava-se, a boca pequena, que alguém tinha montado casa para uma protegida. Toda a cidade sabia. Menos a esposa, ou esta se fazia de desentendida.
Continuando nos meus pensamentos, perguntei:
- Será que, como antigamente se dizia, a jovem do Pronto Socorro é teúda e manteúda ou somente manteúda?




7/06/11

Você Já Foi a São Paulo ?





Você já foi a São Paulo, Nega ?
Não?
Então vá!
Lá tem vatapá, tem caruru, tem mungunzá.
Tem sushi, paella, bacalhoada, tem mussaká.
Tem macarronada, moqueca, chucrute, tem kafta.

Se quiser sambar
Então vá!
Se quiser forró, heavy, gafieira,
Balada, rap e muito mais
Então vá!

Tem o Ibirapuera, o MASP, Morumbi,
Terraço Itália, São João e a Ipiranga.
Tem mais igrejas que dias.
Tem museu pra tudo: da língua portuguesa,
Do Ipiranga, do futebol, da arte, da imagem e do som.

Tem sobrados escondidos, avenidas, transito.
Têm parques, edifícios, elevados, monumentos.
Muita gente, com muitas cores e línguas.
São Paulo, tem um jeito de correria.
Mas, quando a tarde cai
Tem um jeito que nenhuma terra tem.

Botecos pra mais de mil,
Chope gelado, beliscos dos variados.
Pra se enturmar? Só virar pra mesa do lado.
Não te chamam de meu rei, mas te tratam como tal.
Sendo de fora! Maior acolhida e uma invariável piada.

Se quiser comprar, tem o Iguatemi, a 25 de março,
O Bom Retiro, o Parí, a Daslu
Rua das noivas, dos eletrônicos.
Da música, antiguidade.
Tem shopping pra todo lado,
Da zona norte até a sul

Você já foi a São Paulo, Nega?
Não?
Então va!
Se quiser sambar, comer, beber, amar, comprar.
Então vá !


Publicado originalmente em 03.11.10 no blog: Curta São Paulo



7/01/11

Questões de Matemática

Um professor da rede estadual de Santos, em São Paulo, é passível de ser processado por apologia ao crime ao passar a alunos do 1º ano do ensino médio exercícios que citam temas como tráfico, prostituição, uso de armas de fogo, etc.
Relatamos alguns dos exercícios apresentados:
“Durante uma rixa entre gangs, Maifrende disparou 145 balas com uma pistola 45 automática, acertando oito pessoas. Qual é o percentual da eficácia dos tiros?”
“Sapão é preso por traficar crack e a sua fiança foi estabelecida em R$. 12,5 mil. Se ele pagar a fiança e os honorários do seu advogado (que reclama 12% da fiança como pagamento dos seus serviços) antes de fugir para a Bolívia, qual será o total da despesa?”
As outras perguntas seguem essa linha, envolvendo, quantidade de pó de giz, a ser agregada em heroína, para garantir um determinado percentual de ganho.  Quanto uma prostituta deve cobrar de seus clientes para garantir ao seu cafetão um ganho correspondente a uma pedra de crack.
Acreditamos que o objetivo do professor tenha sido que os alunos respondam questões que façam parte da realidade de sua comunidade.
Claro que os temas são chocantes, porém o fato é que rodeiam a vida desses garotos.
Propomos a este professor, assim como, a outros que queiram seguir o seu exemplo, a utilização de temas que pertencem ao nosso dia a dia, mas que não chocam tanto como estes.  Temas que tem uma aceitação maior.  A seguir damos um exemplo de questão a ser feita:
“Uma obra a ser realizada por um órgão público custa R$. 1.500 mil. A empreiteira tenciona ganhar 30%, os administradores do processo no órgão público 15%, o político que aprovou o orçamento 10%. Por quanto a obra deve ser licitada?
RESPOSTAS:
A) R$. 2,4 mil
B) R$.3,3 mil
C) R$.3,6 mil
D) R$.4,1 mil
E) Nenhuma das anteriores
A resposta certa é B.
Entretanto, recomendamos que  respondam  E, pois, R$. 1.500 mil é o valor para lançamento da licitação, depois, sofrerá vários aditivos para que seja aumentado.  Alguém do ”establishment” saberá da licitação e vai querer tascar a sua parte.  Além do mais, depois do serviço feito, a empreiteira poderá ter dificuldades para receber.
Portanto, não dá para responder com precisão o valor.
Professores, questão como essas, envolvem a realidade do país, mas não chocam, como as propostas pelo professor de Santos. 
Avaliem nossa sugestão. Estamos à disposição para apresentar novas perguntas.



6/27/11

Pensamentos e Frases Idiotas 19


O dinheiro tem amizades e belezas, que a própria amizade e a beleza desconhecem. Ele compra.
A vida é uma questão de abrir e fechar as pernas.
Nada como a carreira bem sucedida do compañero Evo Morales. Cocalero, Presidente da Bolívia e agora um grande receptador de carros roubados.
Casar é duro. Manter o casamento é mais duro ainda.

6/22/11

Encontro


Olha-se no espelho grande do quarto. Acha-se bonita. Vestido rodado cinza, com renda na gola, nos punhos e na bainha. Camisa branca. Sapato alto, não muito, pois a idade não permite. Meias levemente escuras. Está com 71 anos. O cabelo tingido está arrumado. No espelho do banheiro se olhou mais de uma vez. O batom vermelho que ele gosta. Ruge no rosto e um pouco de perfume. As unhas da mesma cor.
Despediu-se da filha e foi esperar o ônibus no ponto há cinco quadras da casa.
Desceu em frente ao Parque da Água Branca. São 12,15h. O encontro está marcado para as 12,30 h. no parque.
Lá está ele! Como sempre, chega antes. Belmiro, com seus 81 anos está magnífico com seu terno marrom claro, sua camisa roxa, com a gravata com um roxo mais forte. Seu sapato marrom impecável. Possui lindos cabelos e bigode brancos. Adora usar chapéu panamá. É magro, com uma pequena barriga ao contrário dela que é mais cheia com seios fartos.
Ele é chamado por todos de Doutor por ter sido protético e entender de pontes e dentaduras. Assunto bastante usual no meio dos amigos e do qual ele discorre com grande empolgação.
Dão um abraço e um beijo tímidos. Ele insiste num beijo mais quente
- Belmiro, não! Você sabe que eu tenho vergonha na frente dos outros. Na nossa idade não fica bem.
- Conceição, não temos mais idade pra vergonha.
Namoram há mais de um ano. Todos os sábado, sem encontram no parque, e vão ao baile da terceira idade, onde se conheceram.
Mãos dadas, passeiam pelo parque. Encontram um banco à sombra para conversar.
Desejam viver juntos, mas Conceição mora com a filha mais nova e cuida dos seus filhos, enquanto ela e o marido trabalham.
Belmiro é aposentado. Seu filho, a mulher e duas crianças moram na parte da frente de sua casa. Ele construiu um quarto, cozinha e banheiro nos fundos, onde mora.
Seu filho ganha muito pouco; a mulher doente dos pulmões não trabalha. Belmiro os ajuda com sua aposentadoria.
Com esta situação os dois não conseguem estruturar suas vidas para morarem juntos.
Vivem se encontrando aos sábados no baile do parque.  De vez em quando, aos domingos e feriados.  Conceição tem dificuldade com o dinheiro para a condução. Tem que pedir a filha. Belmiro várias vezes lhe deu algum, a contragosto dela, para que pudessem se encontrar.
Tendo o canto dos pássaros como fundo, a sombra de uma árvore e pouco sem importando com os passantes, os dois conversam, de mãos dadas, dos acontecidos durante a semana inclusive as suas intimidades.  
- Conceição, quero viver o resto da minha vida contigo.
- Belmiro, eu falei pra minha filha de você.  Ela me chamou de louca. Disse que se alguém está interessado em mim, na minha idade, é porque não deve prestar.  Perguntou como ela faria com os filhos sem a minha ajuda.
- Eles só pensam neles. – respondeu Belmiro.  Eu também conversei com meu filho e ele veio com a estória que mais uma boca para comer seria ruim.  Tive que lhe chamar a atenção. Vivem na minha casa, ainda ajudo com minha aposentadoria.  Eu tenho como me sustentar e sustentar mais uma pessoa.  Quem não consegue é ele.
- Belmiro, não tenho coragem de deixar a minha filha.
Uma nuvem de tristeza baixou sobre os olhos dos dois.
Foram para o baile. Bailão do bão. Música ao vivo e variada: forró, xaxado, salsa, foxtrot, bolero, valsa e muito mais.
A Carminda estava com o marido, como sempre. E como sempre algumas mulheres vinham lhe pagar para poderem dançar com o Cantídio.
Belmiro e ela acham aquilo um absurdo, mas o pessoal diz que isso é normal nos bailes.
Belmiro, educadamente, de vez em quando pede licença para Conceição e tira alguma das amigas, principalmente as que dançam bem algum dos ritmos.
A conversa com os amigos versa em torno das dores, dos tratamentos, dos filhos, das dificuldades. As lembranças do passado é tema recorrente. As mulheres tratam de elogiar as roupas, que naturalmente em nada atendem a moda do momento. As mais saídas recebem comentários não muito elogiosos.
Passam a tarde. Quando podem, no início da noite, vão sozinhos ou com amigos a alguma pizzaria próxima. 
Mais tarde, a despedida se faz com um beijo mais caloroso, alguns afagos em seus corpos, que lhes reacendem sensações antigas.
Conceição, quando vai no ônibus, uma grande dor toma o seu coração. Tem vontade de chorar.  A vida toda dedicada aos filhos e ao marido. Viriato, seu primeiro e único amor, até aquele momento.
Pensa nele e pede desculpas por ter encontrado alguém para gostar. Ele nunca será substituído. Lembra do seu calor na cama. Tiveram cinco filhos. Enquanto vivo trabalhou duro em obras, como jardineiro de cemitério ou segurança. O que aparecia.
Nos finais de semana bebia até cair como um gambá.  Várias vezes, teve que buscá-lo na rua, até os meninos ficarem maiores e eles irem. Quantos banhos, quantas sopas para curar a ressaca. Mas, era o homem da sua vida.
Uma vez lhe perguntaram se trocaria a vida de seus filhos pela dele, que já se fora. Respondeu rápido:
- Nooosa na hora!
Depois pensou:
- Virgem que sacrilégio. Mas é o que sinto.
Dele sempre teve amor. Dos filhos dor de cabeça.
E pensando no marido o peso aumenta no peito e uma lágrima corre pelo canto dos olhos. Sempre desejou viver e morrer sossegada ao lado de alguém que lhe queira bem. Agora tem essa possibilidade mas, a vida não lhe deixa.
Belmiro, por seu lado, na viagem de volta vai com os olhos fixos no vidro, mas, nada vendo. Seus pensamentos se perdem nas dores de não poder viver com a mulher que ama.
Lembra-se com saudade da sua Domitília, por quem tinha verdadeira paixão. Tem presente a grande dor de encontrá-la morta ao seu lado, na cama, em uma manhã.
Sente falta dos cuidados que tinha com ele – a comida que gostava, a roupa da forma que lhe agradava, os afagos.
Sentavam-se juntos vendo televisão. As conversas sobre os filhos e os amigos. Visita aos parentes e aos amigos.
Gostava de cuidar dela, ser seu arrimo.
Ela vivia dizendo:
- Se eu morrer, procure outra mulher. Você não foi feito para viver sozinho.
Como é verdade. Sente falta de uma companheira. É um solitário no meio da família do filho, que pouco lhe dá atenção.
Agora tem uma companheira mas, a vida não os permitem ficar juntos.
O que fazer ?


6/17/11

O Olhar

Ela devia ter uns trinta anos. Vestia um vestido de verão claro, longo, velho e limpo. Um número maior. Fazia frio. Usava um casaco, um número menor, e um gorro escuro na cabeça. Meias e sapatos masculinos pretos. Os sapatos eram de amarrar.
Olhava para o que desejava com os olhos brilhantes. Seu rosto parecia o de uma criança em frente a uma vitrine de brinquedos. Levou um dedo a boca. Era a criança remoendo seus desejos, saboreando. Era a expressão clara do desejo.
A esquina era movimentada. Muitas pessoas passavam.
Não se atreveu a se aproximar do objeto da sua admiração. Um monte de sacos de lixo, que estavam em frente a uma casa.
Seguiu em frente.
Em determinado momento, parou e olhou para trás, com os olhos de quem deixa algo que muito quer.

6/13/11

Pensamentos e Frases Idiotas 18


  A Eletropaulo deveria mudar o nome para Eletrofailure.
Dizem as más línguas que o Cesare Battisti está pensando em abrir uma consultoria no Brasil.
O Brasil está inaugurando uma nova forma de presidencialismo: o bi-presidencialismo.
O Ministro da Educação Há, há, há.. (desculpe o riso) Haddad, depois das trapalhadas do ENEM, do kit homofobia, do “nos pesca o peixe”, agora está tendo problemas com livros de matemática, onde 10 – 7 = 4. 
Recomendamos que contrate o Palocci. Em questões de somar e multiplicar ele é muito bom.

6/09/11

Estes Agradaram - 4



DVD
SENNA – O FILME
Vale a pena pela seqüência de imagens das corridas, mas, o filme é fraco como biografia. Melhor a leitura do livro: “Ayrton - O Herói Revelado” de Ernesto Rodrigues.
O filme está disponível no Pay Per View da NET.

LIVRO
A SAGA BRASILEIRA – A longa luta de um povo por sua moeda – MIRIAM LEITÃO.
O livro da comentarista econômica da Rede Globo, refere-se a luta que o país empreendeu para conter o dragão da inflação.
Para quem viveu essa época é bom para relembrar, para quem não viveu, é importante para se conscientizar desse mal.
O livro aborda o início da inflação,os principais planos, passando pelos  descontroles e interesses políticos que envolveram os vários planos do governo Sarney, que nos levaram a uma inflação de 80% ao mês.  Período de hiperinflação, quando era necessário comprar imediatamente o que se precisava, pois em questão de horas o dinheiro perdia valor. 
Depois contempla o irresponsável Plano Collor, com suas funestas conseqüências, até o surgimento do Plano Real.
Escrito em uma linguagem clara, não se valendo de termos em economês, contem, inclusive, entrevistas com pessoas que viveram as agruras para sobreviveram no meio dessas tormentas. 
Leitura recomenda, mas acima de tudo, necessária.

TV
TREME – Segunda Temporada – HBO – Sábado – 21,00 h
A reconstrução da belíssima e musical cidade de New Orlens após a passagem do furacão Katrina.
A série vale pelas músicas, principalmente para quem gosta de Jazz.


6/06/11

Dúvida

A campainha tocou. Era o Tato que viera buscá-la. Há seis meses não se encontram. Desde que ele fora para o exterior fazer a pós. Só se falam via skype.
Abraços e beijo e entram no taxi.
Esta louca por ele. Senta-se em seu colo, de frente, com as penas abertas.
Dá-lhe um beijo de língua, correndo sua mão pela nuca. Sente a pressão do seu pau junto à vagina e mais aperta seu corpo ao dele.
Não vê a hora de tê-lo dentro de si. Sentir-se tomada,doida, desesperada pelo gozo.
Ele desabotoa seu vestido, que tem toda a frente em botões. Está sem soutiens. Ele chupa seus seios, lambe seu pescoço, morde seu ombro e sua boca. Brinca com seu mamilos. A sua mão, por dentro da calcinha, acaricia e depois pressiona fortemente sua bunda em direção ao seu corpo.
Bebel não resiste e abaixa o zíper da calça de Tato, tira seu pau para fora. Ele está a toda. Puxa sua calcinha de lado e o põem dentro de si. Está molhada.
No balanço do carro, não se importando com o motorista, se mexem, gemem, gritam, pedem mais, até que gritam de prazer. Ela se sente inundada.
Fraca, tonta, sai do seu colo e se larga no banco do carro. Trata de abotoar o vestido. Nota pelo espelho retrovisor o olhar de desejo do motorista. Arruma a calcinha e se aconchega no ombro de Tato.
                                                --ooo00ooo--
Naquela manhã sua irmã gritou:
- Tato é a Bebel ao telefone.
- Oi!
- Você chegou de viagem e não me ligou. – reclamou ela.
- Amor, cheguei muito tarde. O vôo atrasou. Acordei não tem muito tempo. Já ia te ligar.
- Tato tem a festa da Cláudia. Vai ser no clube. Passa em casa e me pega. Estou louca para te encontrar.
- Vou de taxi. Estou sem carro, alguém depois nos trás.
Bebel é sua namorada há sete anos. Era uma das garotas mais bonita e gostosa do colégio. Alegre, carinhosa. Um avião na cama.
Ele se formou no ano passado em engenharia e ela se forma no próximo em marketing.
Bebel chorou quando soube que ele iria fazer pós no exterior. Iriam ficar longe.
- Vamos nos casar e viajar juntos. – ela propôs.
Deca lembrou as palavras de seu pai:
- Você vai fazer pós. Quando terminar e estiver trabalhando pensa em casar. Agora aproveite a vida, mas não seja idiota de se amarrar e menos ainda de engravidar alguém. Caso você faça essa besteira, adeus tua pós. Nesse caso só te resta casar e trabalhar.
Seu sonho sempre fora se forma e fazer pós no exterior, como fizera o seu pai. Viajou só, prometendo não esquecê-la.
                                               --ooo00ooo—

Deca estava aturdido. Fora um sexo louco. Mas, daquela forma ? Desesperado, sem preâmbulos, sem nenhuma vergonha, com o motorista do taxi tudo observando! Não era comum dela.
Será em função do tempo que não nos vemos ?
Meu Deus, nós nunca fizemos sexo sem camisinha!  E se ela engravidar ?
Meu pai me mata. Adeus minha pós.
Será que é isso que ela quer? Deseja que eu não volte ou volte levando-a junto?  Ou terá sido simples desejo?
Enquanto seus pensamentos rolam, eles chegam à festa.

6/01/11

Calafrios

O suor escorria do seu rosto. Suas mãos estavam úmidas. Seu coração disparado.
Vira um vulto de um menino em seu quarto.  Não era a primeira vez que passava por isso.
Não tinha coragem de gritar. Aguardou um tempo, se escondendo debaixo das cobertas e de repente correu em direção ao quarto dos pais, levando travesseiro e cobertor e deitando-se e dormindo na beira da porta, no corredor, onde a luz estava acesa.
No dia seguinte seus pais, novamente, conversaram com ela. Havia necessidade de se fazer algo.  Não podia viver daquela forma, pois, eram constantes visões que a atemorizavam.
Ela tinha dezessete anos e já havia estado em psiquiatra, mesa branca e outras tentativas, porém, as visões não desapareciam.  Tinha medo de ficar sozinha em casa. Só dormia com a luz acesa.
Em uma das noites, antes de dormir, foi tomar um copo de água na cozinha.  Ia temerosa pelo corredor quando ao passar pela sala viu um índio sentado no sofá.  Vestia um cocar, colares e uma bata branca. Correu apavorada para o quarto.
Na noite seguinte, pé ante pé, foi até a sala para verificar se o índio estava por lá. O coração acelerado. Sentia tremor no corpo. No final do corredor à direita era a sala, à esquerda a porta da cozinha. Aproximou-se. Estava sem coragem para olhar. Ouvia seu coração batendo. Olhou. Lá estava. Sentado, impávido, olhando fixo para a parede a sua frente.
Lentamente ele voltou o rosto e a olhou. Isto a aterrorizou. Depois, voltou a fixar o olhar na parede. Apavorada ela entrou na cozinha. Bebeu água, rezou, se acalmou, tomou coragem e saiu correndo. Ele não estava mais.
Acabou se acostumando. Passou a vê-lo noites seguida.
Procuraram o padre de sua paróquia. Rezou com ela, a abençoou e recomendou para não se comunicar com o índio, pois, não sabia se seria um espírito bom ou ruim. Informou que iria procurar um padre exorcista para lhes indicar.
Certa ocasião seus pais iriam passar a noite fora. Por medo foi dormir em casa de uma amiga.  Seu irmão mais novo, que achava aquilo tudo uma besteira, imaginação dela, resolveu ficar em casa.  Chamara seu amigo Roberto, que morava no mesmo prédio, para jogar game.
Por comodidade resolveu jogar na TV do quarto da irmã, onde poderia fazê-lo deitado.
Pipoca, refrigerante e se acomodou na cama da irmã, deixando a porta da frente do apartamento aberta, para o amigo entrar.
No vai e vem do jogo, acabou adormecendo. Nesse estado de dormência, nota ao seu lado a figura de um menino e um cão. Pensa que seja seu cão e seu amigo, e resmunga:
- Senta e joga, enquanto durmo um pouco.
Depois de um tempo, nota que o menino continua em pé, próximo dele.
- Já te falei para jogar.
De repente se dá conta que o cachorro não é o seu e a pessoa menor que seu amigo. De um pulo levanta da cama.  Está suando, apavorado. Não há ninguém no quarto.
Corre para a sala. Seu cão está deitado, a porta da frente continua aberta. Seu amigo não viera.
Tremendo liga pelo telefone da sala para seus pais e explica o que houve.
- Sai daí filho, vai para a casa do Roberto, que depois te pegamos.
No dia seguinte, sua mãe, resolve levantar todos os móveis do quarto da filha , dar uma boa limpeza, mudar a disposição e modificar a decoração.
Qual não foi a surpresa ao levantar o colchão. Havia cortes na parte de baixo, como se foram feitos por faca.  Aquilo deixou a todos abalados. 
- Vou jogar fora já e ligar para seu pai para que compre um novo.
Voltaram a procurar o padre. Acabou lhes recomendando um velho padre japonês que era exorcista. Foram conversar com ele.
O padre rezou com eles, os benzeu e pediu que viessem na missa do dia seguinte cedo, que seria celebrada por ele.
- Durante a cerimônia, sinta o que você sentir, não sai da igreja. Fique até o final. – disse a Paula o velho padre.
Aquela noite dormiu com os pais, temerosa do que pudesse acontecer. No dia seguinte durante a missa começou a suar frio e a se sentir mal, enjoada.  Mal conseguia manter-se sentada. Precisou se apoiar no pai.
Ao final da cerimônia foram conversar com o padre que indicou algumas rezas. Novamente os abençoou.
Ao voltarem para casa, a empregada diz a sua mãe:
- A senhora vai jogar fora o colchão que está no corredor? O lado de cima está muito bom. O do meu filho está muito ruim e não tenho como comprar um novo. A senhora não me daria o colchão? Meu marido trabalha aqui perto e pode vir no carro de um amigo, hoje à tarde, e levar.
Teve receio de dá-lo por causa da maldição, mas, acabou concordando.
Paula permaneceu um bom tempo sem as visões. Sentia-se calma e a esquecer o que ocorrera, até que em uma noite, assistindo a um vídeo com seu namorado, viu a figura de um menino em uniforme escolar lhe pedindo ajuda. Gritou assustada. Seu namorado nada vira.
Contou o fato a seus pais. Sua mãe acreditava que poderia ser seu irmão que morrera novo.
- Ore por ele. Deve esta precisando de ajuda.
Passou a fazê-lo, pensando em acalmar o espírito e a si própria.
- Dna. Lurdes, seu colchão foi um presentão. Meu filho agradece – disse Marilma, a empregada.
Novamente as coisas se acalmam. Passado pouco mais de duas semanas, o telefone toca. Era para Marilma.
Atende e ao ouvir as notícias seu rosto fica petrificado. As faces perdem a cor. Ele larga o telefone e deixasse cair em uma cadeira.
Paula e sua mãe correm para socorrê-la.
- O que foi?
- Meu filho morreu.
- Como?
- Ele nada muito bem, mas, morreu afogado em uma represa perto de casa.
Na cabeça de Paula e de sua mãe passou a idéia da maldição do colchão.
Pensaram:
- Não deveríamos ter dado. Deveríamos ter alertado da maldição.
As duas ficaram abaladas por um bom tempo e até hoje se lembram do fato.
Na conversa de Paula com a empregada sobre a morte do filho, esta lhe e mostra uma foto dele com uniforme escolar.
Paula emudece, sente um calafrio pelo corpo. Quase desmaia. A imagem do menino era a do garoto que vira em sua visão vestido um uniforme e pedido ajuda. 
Liga para seu pai:
- Pai o filho da Marilma morreu. Lembra da visão que tive de um menino em uniforme escolar?  Era o filho dela! Eu o reconheci em uma foto.  Vem cá, temos que ajudá-la. Era o pedido dele.
Seu pai acabou cuidando do enterro, pagando todas as despesas e a ajudando Marilma financeiramente.
Um bom tempo se passou e o seu namoro caminhou para casamento. As visões pararam.
Na véspera do matrimônio, Décio, um grande amigo de infância dela morreu de forma trágica. Fora assaltado quando chegava em casa e assassinado. Foi um grande trauma.
Paula passou a incluí-lo em suas orações.
Várias semanas após, passeando com seu cachorro pela rua, este se voltou e começou a latir. Olhou para trás não havia nada. Continuou a andar, mas o cachorro insistia em se volta e a latir. Ela o puxava, mas, não adiantava. Parou novamente, olhou para trás. Levou um choque. Era Décio, seu amigo, que fora morto na véspera do seu casamento. Ele lhe diz:
- Pode parar de orar por mim. Eu já estou bem.
Este fato foi importante em sua vida. Trouxe-lhe paz. Passou a ter certeza que suas orações tinham força para ajudar os que necessitavam. Não teve mais visões.
Esta estória é verídica. Foi-me contada pela própria Paula. Conheço a família e o padre seu amigo, que já morreu. Hoje Paula é espírita.
OBS.: Os nomes foram trocados para impossibilitar a identificação.